TÉCNICO DO S.M.E. RIBEIRÃO PRETO

A S.M.E (Secretaria Municipal de Esportes) Ribeirão Preto é mais um exemplo das dificuldades pelas quais o futsal feminino passa fora da capital. Ao fim da competição, o time terá viajado oito vezes para a Grande São Paulo e gastado quase dez mil reais apenas com as despesas dessas viagens. Além disso, a falta de patrocinadores assombra os times "caipiras". Como resultado, vemos transferências dos talentos do interior para times da capital, com a número 10 de Ribeirão Preto, Drica, que está de malas prontas para jogar no Jaguaré/Palmeiras/Osasco, líder do campeonato.
Mulheres do Futsal: Como é ser de um clube do interior em um campeonato em que a maioria dos times é da grande São Paulo?
Murilo Nogueira: É difícil. Se você puser na ponta do lápis, vai ver que somos os que têm mais gastos. Por ter poucos times aqui do interior e a maioria ser de São Paulo, viajamos mais, gastamos mais e temos menos retorno. Eu acho que o pessoal não olha muito para o futsal do interior e o polo mesmo, o forte, é a capital. Lá tem mais investidores. O futsal no interior está crescendo; o feminino, engatinhando. É um desafio legal. Vamos jogar na capital para mostrar que, no interior, também tem meninas com condições de jogar de igual para igual.
M.F.: De onde vêm os recursos para as viagens e treinos do time?
M.N.: Se for ver na tabela, a maioria dos times da capital tem apoio de universidades. Nós não temos essa possibilidade fora da capital. Somos bancados exclusivamente pela prefeitura. Nosso nome é Secretaria Municipal de Esportes Ribeirão Preto.
M.F.: Há outras dificuldades além da distância?
M.N.: Ser do interior também pesa na hora de trazer atletas. Tem atleta que não vem por ser muito longe e querer ficar mais perto de casa. Mas isso é atleta que não quer ter oportunidade de crescer.
M.F.: De onde vêm as atletas do projeto?
M.N.: A maioria das atletas são da base sub-20 que disputa os Jogos Regionais. Nós temos escolinhas nos bairros de Ribeirão Preto e os destaques são trazidos para cá. Na verdade, nós somos um time sub-20 que disputa a categoria principal. Mas a gente contrata jogadoras também, temos alojamento, alimentação e ajuda de custo.
M.F.: Por que o futsal no interior é esquecido?
M.N.: Eu acho que não temos a tradição de ter o futsal no interior, principalmente
A segunda parte da entrevista será publicada amanhã
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